Ao refletirmos sobre humanização em saúde, apercebemo- nos de como muitas vezes é o próprio ato de cuidar que dá forma ao esforço de humanizar, a ponto de encontrarmos na própria palavra o convite e o desafio à ação – humaniz + ação. Para aquele que cuida, nas suas mais diversas vertentes, cuidar significa isso mesmo: tomar a iniciativa e transpor para o plano da ação a sua dedicação, os seus conhecimentos e a sua disponibilidade, no encontro com o outro que sofre.
Três momentos-chave no cuidar: ir ao encontro – acolher – acompanhar.
Cuidar, na aceção mais completa do termo, implica o assumir de uma atitude que induz um verdadeiro olhar para o outro e para o seu mundo. Implica a disponibilidade para cuidar, não apenas na vertente temporal, mas também no sentido em que quem cuida se dispõe a fazê-lo efetivamente. Esta disponibilidade traz consigo a responsabilidade de aproximação ao doente não apenas pela doença (entidade isolada do seu portador) mas pela singularidade que define a sua pessoa e as diversas circunstâncias que contribuem para o seu sofrimento.