O meu nome é Ana Ervedoso, tenho 43 anos e sou doente oncológica.
Sou mãe da Joana (8 anos) e professora do 1.º Ciclo.
Desde julho do ano passado que tenho a vida em suspenso. A sensação é esta mesmo. Parece que a vida está em standby, uma vez que, muitas coisas se encontram em espera desde essa altura.
Senti algo anormal na minha mama esquerda. Ao palpá-la havia uma massa que me provocava dor. Em consulta médica descansaram-me. Seria, muito provavelmente, um quisto com líquido e a dor estaria associada à pressão. No entanto, ficaram agendados exames médicos: uma mamografia, uma ecografia mamária e, caso fosse necessário, uma biópsia.
No dia dos exames estava completamente descansada. Não punha sequer a hipótese de ser algo cancerígeno. Após a mamografia foi feita a ecografia mamária. Durante o exame houve um silêncio por parte da médica e um longo olhar para o ecrã que instalaram a dúvida.
Esta foi esclarecida nos segundos seguintes.
Teria se ser feita uma biópsia. Aquela massa não era um quisto e “não tinha bom ar”.
Ao ouvir “não tem bom ar” percebi instantaneamente que tinha…